domingo, 15 de fevereiro de 2009

Enfim Roma!

Roma, é uma comunidade como muitas outras em nosso interior, no centro encontramos 2 casas, um prédio de madeira onde funcionava a escola, uma igreja católica e a nova escola, um pouco fora do centro mas avista, mas duas residências, e acabou a cidade, sem energia elétrica, sem transporte regular, os moradores tem como fonte de renda a venda de farinha, para as cidades próximas, a fabricação ainda é bastante artesanal, nada de grandes produções apesar de muitos habitantes terem grandes extensões de terras, as criações de animais são apenas para consumo próprio, os jovens quando não ficam trabalhando nas roças, se mudam para as cidades em busca de melhorias, educação e trabalho, o exemplo disso são os nossos anfitriões, Seu Doca e Dona Celsa, tiveram 19 filhos(sem televisão), apenas 10 se criaram, todos por sinal apesar bem encaminhados, mas apenas um se mantém na localidade, com o seu pedaço de terra, conhecemos alguns do netos que foram passa as férias com os avós, pois moram na cidade do Acará, crianças amáveis, prestativas e trabalhadoras, ajudavam a carregar água, mandioca, alimentar os animais, tudo rápido e sem reclamar e tinham tempo entre tudo isso para dar aquele passeio no mato e um mergulho no igarapé, que apesar dos pesares, que lugar gostoso para se ficar de molho, nunca tomei tanto banho e cabelo maravilhoso,nem precisava de creme, e sobre a água potável para beber e cozinhar, não deixava nada a desejar para as melhores águas minerais existentes, e mesmo natural ela saciava uma sede, saudades de geladeira? Nenhuma.



O transporte por terra é feito apenas na quarta e no sábado, quando levam suas mercadorias para a venda e para a compra de mantimentos, nas proximidades não existe um lugar em que se possa comprar qualquer coisa nem mesmo uma cachacinha, que o diga Seu Doca. Para quem conhece ou conheceu sabe que o cenário das maiorias das cidadezinhas do interior do nosso estado, mas algo me chamou atenção, o igarapé, cujas águas são diferentes, elas têm a cor barrenta do rio, acredito que seja um braço deste e o desmatamento da região.
O igarapé devido o desmatamento esta secando, este é com certeza o maior problema desta população, apesar de normalmente ter seu volume de água menor nessa época, começo de janeiro, pois ainda não chegaram às chuvas por lá.
A destruição é evidente por todo o percurso de ida e vinda, do Acará, seja por terra ou pelo igarapé, por onde fiz a viajem de volta, isso mostra que destruição não é sinônimo de progresso, como alguns, os que ganham com o desmatamento e caça predatória, tentam afirma. Valdemir, que ficou 18 anos distantes da região, e diferença foi a “estrada” e o ralador de mandioca movido a um motor a óleo diesel. A estrada é defendida pela população juntamente com transporte, aquele caminhão do post anterior. “Pois agora esta bom, já foi ruim”, dito por um dos moradores em resposta a reclamação do Seu Doca, diante as condições do caminhão, durante o furo do pneu. Nas matas não existem mais caça e nos igarapé também não tem peixes, seus filhos vão embora e qual é o progresso que existi para esses moradores.
não posso esquecer do detalhe do galo, três horas da manhã é a hora que ele começa a cantar em seu poleiro que fica exatamente bem na arvore ao lada da janela da sala onde dormiamos, ja tomaram sopa de galo, infelizmente para mim não foi dessa vez, foram 5 dias, dormindo com as galinhas e acordando com o galo, inesqueciveis dias e com sinceridade espero voltar lá e reencontrar esse lugar, que ele consiga vencer a destruição do homem e continuar a abrigar e a forma pessoas forte, trabalhadoras, amigas, sei que ele não irão ler mas digo, obrigado Seu Doca, Dona Celsa e seus filhos e netos pela acolhida. Valeu!!
A aventura em Roma não acaba aqui, pois o quarto dia merece um post sá para ele.Gostam de Rally? Aguardem!

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